24 de julho de 2009

Prece!

Alma nua
 
Ó, Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
 
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
 
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
 
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
 
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
 
De me apaixonar todo dia
E ser mais jovem que meu filho
De ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
 
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio deus
Viver menino, morrer poeta.
 
Vander Lee.


2 comentários:

  1. Parabéns!!!
    Poeta Elias Akhenaton
    Lindissimo o seu blog
    Agora também estou a te seguir
    Pois é maravilhoso tudo o que
    encontrei por aqui.
    Grande beijo!
    Rosa Gandine

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  2. Olá Elias,
    estou conhecendo o teu espaço, deixo aqui um convite, me visite.
    Tomara que goste e deixe a tua opnião ok?
    Se gostar muito...fique.
    Eu já estou aqui contigo.
    Um abraço.

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